A solo e em português: sinónimo de sucesso para Ricardo Azevedo
O país conheceu-o, em 2002, como sendo o vocalista e autor dos maiores
êxitos da banda EZ Special. Os fãs pediam-lhe que cantasse em Português.
Em 2006, Ricardo Azevedo, tomou a decisão: cantar a solo e na língua de
Camões. O sucesso foi garantido e o músico assegura que a mudança
prende-se com a vontade de realizar os seus sonhos. O primeiro trabalho a
solo intitulou-se “Prefácio” e é cantado em português. Nas treze
canções, Ricardo Azevedo aborda temas como a dificuldade em arranjar
emprego, a crise do País, a falta de dinheiro e as ansiedades que essas
questões criam, as paixões e os defeitos. A música 'Pequeno T2', que
serviu para a campanha publicitária do Millenium, ajudou Ricardo Azevedo
a ficar ainda mais conhecido. Desta vez na sua carreira a solo. Em
entrevista ao VerPortugal.net, o músico de Santa Maria da Feira, fala do
percurso efectuado e do próximo álbum a colocar à venda em 2012.
Há quantos anos está ligado ao mundo da música?
De forma profissional estou ligado ao mundo da música há pouco mais de uma década.
Como é que surgiu essa paixão?
Como
amador a paixão pela música surgiu há cerca de 20 anos, quando
frequentava o liceu. Nessa altura era um passatempo. Nas festas da
escola, em conjunto com amigos, costumava actuar com músicas muito
simples e com poucos acordes. Tudo muito mal tocado. À medida que o
tempo ia passando o gosto por esta área foi aumentando e as
oportunidades começaram a surgir. O sonho foi-se tornando realidade.
Já tocava algum instrumento antes de criar a banda?
Sim.
O primeiro instrumento que toquei foi a guitarra eléctrica que os meus
pais me ofereceram. Esse era o instrumento que usava para actuar nas
festinhas de escola. Mais tarde comecei a cantar, também com a guitarra
eléctrica. A viola foi o instrumento seguinte. Foi muito importante a
mudança porque a viola dá outra sensibilidade para compor. Dá mais
espaço para a voz, o que é uma mais-valia.
Compõem as próprias músicas e a letra também?
Sim. As letras e músicas sou eu quem as compõe.
Lembra-se da primeira letra que escreveu para as festas de liceu?
Não
escrevi as primeiras letras sózinho. Como ainda não tinha descoberto o
jeito para a escrita, tive a ajuda dos restantes elementos da banda a
que pertencia. Uma espécie de banda de garagem. É importante explicar
que naquela altura ninguém sabia nada. O que se cantava e tocava não
tinha qualidade, a avaliar pelo que agora é feito. O que tocávamos era
muito simples, quase sem acordes. As letras também tinham de ser
simples. Mas…lembro-me da primeira música, sim.
Sabe o nome de alguma delas?
Lembro-me que uma se chamava Imensidão. Nessa altura já se escrevia em português e em inglês.
No liceu, o que estudava?
Estudava
Humanidades. Quando acabei o 12º ano ingressei na Universidade e
frequentei o curso de Ciências da Comunicação mas não cheguei a acabar.
Fiquei-me pelo último ano, porque enveredei pelo mundo da música. Até
agora não senti necessidade de terminar o curso mas pode ser que ainda o
faça. Apesar de não me entusiasmar muito, porque é simplesmente ter o
canudo.
Como se sente ao ser um rapaz de uma pacata terra do concelho de Santa Maria da Feira que de repente começa a aparecer na televisão, a ser conhecido. Como passou a ser tratado?
Não
sei…sou uma pessoa simples, amigo do amigo e que nunca deixou a fama
subir-lhes à cabeça. Nunca pensei que era diferente dos outros.
Considero que tive sorte, as oportunidades foram surgindo e fui
concretizando os meus sonhos. É verdade que quando comecei a ter sucesso
muitas portas se abriram, como é natural. Com o conhecimento público o
meu trabalho passou a ser mais respeitado, o que é bom. De resto, ser
conhecido tem coisas boas e más. Importante foi também ter tido
reconhecimento a nível local, o que até então não havia acontecido.
Primeiro tive de ter sucesso no País e só depois o tive na minha terra.
Como surgiu o grupo EZ Special?
Foi
consequência de um grupo do qual fiz parte anteriormente. Nele era
vocalista. Em conjunto decidimos mudar o nome. Lembro-me que estava, no
meu quarto, com os restantes elementos quando surgiu o EZ Special. Uma
banda que me permitiu fazer algo de diferente. Gravámos dois álbuns e o
projecto cresceu muito.
Alguma razão especial para ter abandonado a banda?
Quando
sai da banda foi para me lançar numa carreira a solo. Na altura tinha
vontade de fazer alguma coisa diferente. Queria fazer as minhas canções,
apesar dos EZ Special terem surgido à base das minhas canções, mas o
meu objectivo era cantar em português. Ao fazê-lo na banda iria estragar
a identidade EZ Special. Por isso saí para concretizar outro sonho.
Procurei apoios tendo-os conseguido junto da editora Universal que me
assinou como artista. A saída foi pacífica e os demais elementos
prosseguiram com a banda. Confesso que não me senti confortável com a
decisão dos colegas até porque o grupo também era meu e sobrevivia com
as canções que eu escrevia. Mas…não quis ficar com o fardo de estragar a
vida a alguém.
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